quinta-feira, 4 de março de 2010

Era uma vez o CD...

Com o show do Guns N´Roses se aproximando, resolvi escutar com atenção o tão aguardado “Chinese Democracy”, lançado em 2008, depois de mais de dez anos de gravações, regravações, mixagens e remixagens. 

Ok, eu sei. Tive quase dois anos pra escutar o álbum e só o fiz agora, nas vésperas do show. Mas hoje é assim. A oferta de músicas é tão grande que não conseguimos escutar tudo o que queremos. Parece que o mercado fonográfico só diminui e a cada ano temos mais coisas pra ouvir. 

Mas voltando ao “Chinese”, minha primeira reação foi procurar o disco no meu Ipod. Não estava lá. Recorri então à minha empoeirada estante de CDs (fiquei pensando como vou explicar a meu futuro filho que eu precisava de uma estante pra guardar 1% da quantidade de músicas que ele vai carregar no bolso). Confesso que nem me lembrava que tinha esse CD. Provavelmente comprei, no mesmo dia passei para MP3 e nunca mais toquei nele. Mas ele estava lá. Quase intacto. Sem aquele aspecto de usado que os CDs tinham no tempo em que viviam uma rotina bem mais animada entre o CD player, o carro e o Discman. Nada de caixinhas rachadas, livretos amassados ou aqueles benditos “dentinhos” que prendem os discos quebrados.

Como ia sair, aproveitei para escutar o CD no carro. Outra coisa que tinha tempo que não fazia. Desde que os auto-rádios passaram a ter entradas para Ipod e MP3 players, não me lembro de ter colocado um cd sequer.

Não vou entrar aqui numa crítica em relação ao “Chinese Democracy” (cada vez tenho mais dificuldade em avaliar um cd na primeira audição). O legal foi poder escutar aquelas 14 músicas na ordem em que foram pensadas para serem escutadas. Sem randons ou shuffles pra bagunçar o momento. Chegando em casa ainda folheei o encarte buscando aquelas informações quase inúteis, mas que faziam parte daquele ritual, de certa forma, incompatível com os dias de hoje.

Mas chega de saudosismo. É claro que sou um obsessivo adepto de toda essa tecnologia que cerca o meio musical. Valorizo muito poder carregar meus 200 discos preferidos comigo pra todo lugar e acho que o futuro da música está nos arquivos digitais e não nas mídias físicas. Mas foi bom, pelo menos por um dia, voltar a ter apenas 14 músicas na minha playlist.

Um comentário:

Thiago Cascabulho disse...

Fala Xaxá! Gostei desse seu espaço! Continue escrevendo! Ah, fiquei sabendo que o tal poeta não gosta mais de silencio...
Abs!