Quem me conhece sabe que não sou um grande apreciador da gastronomia a quilo, mas pra quem não come saladas e busca uma refeição sem carboidratos, acaba sendo uma solução.
Resolvi hoje, então, conhecer o Frontera, tido como um dos melhores restaurantes nesse segmento.
A comida em si não me chamou muito atenção. Continuo separando os restaurantes a quilo em duas categorias: os possíveis de se comer e os impossíveis. No Frontera é possível.
O que me intrigou foi a trilha sonora. Sei que pouca gente repara no que está tocando, muitas vezes bem baixinho, nos barulhentos restaurantes na hora do almoço. Mas a minha obsessão musical não me permite essa confortável abstração.
Fiquei tentando entender o que “I Will Follow” (U2, 1980), “Show me The Way” (Peter Frampton, 1974) e “Your Love” (Outfield, 1986) tinham a ver com aquele ambiente. Olhei ao redor e vi cartazes com referências à diversos lugares do mundo, do oriente e do ocidente.
Chegando em casa, resolvi entrar no site deles (www.frontera.com.br) pra ver se entendia melhor a proposta. Logo de cara começou a rolar um rock com clima meio down. Cliquei em conceito. Lá dizia tudo aquilo que a ambientação (exceto a música) tentava mostrar:
“... um mundo livre, sem fronteiras... um mundo quente e frio... uma viagem gastronômica do ocidente ao oriente...”
Sem dúvida isso não remete ao rock dos anos 70 e 80. Cairia bem melhor algo na linha do que convencionou-se chamar de “world music”, e que, na minha concepção nada mais é do que música de países que não tem o espaço na mídia dado à música mainstream dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Um exemplo: a música brasileira é vista como “world music” em outros lugares do mundo. É uma música, salvo raras exceções, pouco executada (em relação aos megahits anglo-americanos) mundo afora. É vista como algo quase exótico.
Para se ter uma idéia geral da tal “world music”, recomendo os CDs da gravadora norte-americana Putumayo (www.putumayo.com). São mais de 80 títulos segmentados por regiões e países com uma boa amostra de artistas pouco conhecidos por aqui. Vale a pena conferir.
Voltando ao Frontera, ao menos as canções executadas eram as versões originais. Nos pouparam dos “Emersons Nogueiras” e “Dani Carlos” da vida...
Vai aqui uma amostra de um artista presente nos álbuns da Putumayo:
Habib Koité - "Wassiye"